José Maria Martins

Blogue do advogado José Maria Martins

domingo, fevereiro 01, 2009

Portugueses emigrantes exigem demissão de José Sócrates - Carta aberta do Presidente da Ordem Nacional dos Escritores do Brasil

No site Portugalclub - o maior site na emigração - está publicada uma carta aberta a José Sócrates , da autoria do Presidente da Ordem Nacional dos Escritores do Brasil, um português, instando-o a demitir-se.

A carta é do seguinte teor e pode ser lida em http://www.portugalclub.net/corpo.php

"Sermão de Domingo
CARTA ABERTA ao CIDADÃO JOSÉ SÓCRATES
(Conscientia sceleris timorem incutit - Quem teme deve alguma coisa)

Meu caro José Sócrates, como tenho a idade do seu pai, sou um cidadão de consciência tranquila, servi Portugal combatendo e continuo servindo-o no estrangeiro, suponho não ter nada de que me possa arrepender e ou envergonhar, e acho que os idosos têm muito a ensinar aos jóvens como você, achei que - neste momento delicado de sua vida política, e, de um cidadão português para outro - tinha o direito (e o dever) de lhe dirigir esta carta aberta, despretenciosamente, respeitosamente, frontalmente, sinceramente (Ab imo pectore, Ab imo corde), e, em especial, COM a MELHOR das INTENÇÕES.

Durante a semana que terminou, acompanhei pari passu o noticiário relativo ao "escândalo" FREEPORT, e, muito especialmente, as insinuações, os ataques e as revelações relativas a José Sócrates, bem como aquilo que você achou por bem tornar público. Dos pronunciamentos a si concernentes - contra e a favor - concluí que o caso está apaixonando a grei portuguesa, dividindo-a em duas metades, uma, radical, que se lhe opõe e o deseja cruxificar, se é que já não o cruxificou, e outra, também fanática, que o defende com unhas e dentes, e que, naturalmente, já o absolveu. Entre essas facções está você, decidido a "defender a honra, a verdade", uma e outra que são só suas, que lhe pertencem, a que tem direito, MAS QUE DEVEM SER LEGALMENTE DEFENDIDAS PELO CIDADÃO JOSÉ SOCRATES, NÃO PELO PRIMEIRO MINISTRO, enquanto tal.

A querela desenrola-se entre o CHEFE do GOVERNO e a NAÇÃO PORTUGUESA, o que está errado, porquanto é assunto a resolver entre um dos poderes do ESTADO PORTUGUÊS - o Poder Judiciário - e um de seus cidadãos, que é José Sócrates. E, enquanto o problema não for transferido para a pessoa e a esfera adequadas - José Sócrates e Poder Judiciário - o Primeiro Ministro continuará sob o fogo serrado de parte dos Média, de parte da Nação e da oposição (com as negativas e graves consequências que o caso está gerando ao Estado e ao Governo), e, com as talvez ainda mais sérias consequências advindas das críticas a eventual ou hipotética proteção dos agentes do Estado nomeados pelo governo, como acabo de ler em artigo publicado em jornal de Lisboa. Ora, nem o Primeiro Ministro pode continuar a sofrer ataques desprestigiantes e ou desacreditadores, nem o Poder Judiciário pode estar à mercê de tentativas de descrédito, venham de onde vierem.

Há que SALVAGUARDAR o ESTADO PORTUGUÊS, proteger e manter o BOM NOME das instituições, eliminar insinuações e esclarecer dúvidas, "cortar" pela raiz a língua dos detratores, MORALIZAR os costumes de nossa gente, enfim, e por fim, ZELAR pela CULTURA da DIGNIDADE, pela PRÁTICA do RESPEITO à VERDADE, colocando a JUSTIÇA acima de toda e qualquer SUSPEITA, provando, DEFINITIVAMENTE, que PORTUGAL é um ESTADO de DIREITO, um MEMBRO SÉRIO, RESPEITÁVEL e RESPEITADO da UNIÃO EUROPEIA e da SOCIEDADE das NAÇÕES, e NÃO UMA REPUBLIQUETA das BANANAS sem rei nem grei, sem princípios nem ordem, sem constituição nem guião. MAS, do jeito que as coisas estaão neste momento, os ataques a José Sócrates sempre serão ataques ao PRIMEIRO MINISTRO, portanto ao Governo que ele representa e dirige, o que acaba ATINGINDO O ESTADO e a NAÇÃO, CAUSANDO-LHES SÉRIOS DANOS MATERIAIS e MORAIS.

Mais cedo ou mais tarde você deixará o cargo de Primeiro Ministro, e, ENTÃO, fatalmente, olhará para trás, podendo NÃO GOSTAR do que recordar, ou, podendo mesmo então ter motivos para se arrepender de não ter tomado (agora) uma decisão, que poderá ser histórica: AFASTAR-SE do GOVERNO para PROVAR que NADA DEVE - NADA TEME - E MOSTRAR QUE DEIXA a Procuradoria Geral da República (cujo PGR é nomeado pelo Governo) LIVRE para EXECUTAR o SEU TRABALHO apenas SUBORDINADO À LEI ou LEIS PORTUGUESAS!!!. Mantendo-se no cargo, EXPÕE TODO O SEU EXECUTIVO, pode ser enxovalhado no Parlamento da República, FRAGILIZA as INSTITUIçÔES, desgasta-se e desgasta o ESTADO e a NAÇÃO, correndo e fazendo correr RISCOS DESNECESSÁRIOS, especialmente nesta época de gravíssima crise ECONÓMICA, FINANCEIRA, PSICOLÓGICA, SOCIOLÓGICA, mas, em grau maior, C R I S E de C O N F I A N Ç A, que está abalando e destruíndo pessoas e bens, Estados e Nações, pessoas e INSTITUIÇÕES.

De um homem DETERMINADO e AMBICIOSO, CARISMÁTICO e DECIDIDO, AUTO_CONFIANTE e ORGULHOSO, VENCEDOR e SEGURO de SI, o que menos se espera é um GESTO de DESPRENDIMENTO, que, dados os seus atributos pessoais, NÃO DEIXARIA de SER UM GRANDE GESTO, à ALTURA de um GRANDE HOMEM: LICENCIAR-SE do CARGO de PRIMEIRO MINISTRO até que o PODER JUDICIÁRIO CONCLUA as investigações em curso. Pois é o que - sincera e humildemente - lhe recomendo, A BEM DA TRANSPARÊNCIA, a BEM do INTERESSE PÚBLICO, a BEM de TODOS, a B E M da N A Ç Ã O P O R T U G U E S A!!!.

PS - Vou enviar - via fax - esta matéria ao Gabinete do Primeiro Ministro.

Cordialmente, JVerdasca".

Quem escreveu esta carta aberta a José Sócrates é um excelso português, cultissimo.
A carta é da autoria do português José Verdasca dos Santos, Presidente da Ordem Nacional dos Escritores do Brasil.

Veja-se aqui:http://www.teiadosamigos.com.br/reportagens/one_sorocaba.htm

É por isto que José Sócrates e o PS querem restringir ainda mais o voto dos emigrantes.

Em Portugal, onde as pessoas estão cada vez mais pobres, as empresas mais dependentes do Governo e há uma quantidade enorme de pessoas que gravitam em torno do Poder, o PS pode manipular, pode imperar.
Mas aqueles portugueses que estão mais livres, que vivem em democracias abertas, que não dependem economicamente do Poder têm uma postura mais dura para o PS.

Essas pessoas sabem que se o escândalo que nos tem sido servido levaria, nesses países, ou o PM a demitir-se ou o PR a forçar a sua demissão.

Abrir o olhos e reagir é dever dos portugueses.

Por Portugal.