José Maria Martins

Blogue do advogado José Maria Martins

sábado, fevereiro 28, 2009

O Congresso do PS - Que motivos têm os portugueses para acreditar no PS?

O Congresso do PS foi igual a todos os congressos partidários.
Auto-elogio, queixumes e pedido de votos.
Ora, entendo que o Governo do Partido Socialista tem sido um desastre total.
A questão do controlo do défice traduziu-se, como em qualquer outro Governo, num redobrar de sacrifícios para o Povo.
No caso do Governo do PS e de José Sócrates as coisas foram logo de início mais graves.
O PS violou o compromisso eleitoral de não aumentar o IVA. Porque aumentou logo, de 19% para 21%. Deverá ser responsabilizado politicamente.
Para controlar o défice José Sócrates fechou escolas, maternidades, serviços de urgência. Menos beneficios sociais, mais sacrificios.
Portugal não produziu de forma a que se aproximasse dos outros Estados da União Europeia.
Nesta matéria a política de José Sócrates foi ainda mais desastrosa.
O fosso entre os níveis de desenvolvimento português e o dos outros parceiros aumentou.
Ou seja, os portugueses ficaram, relativamente , cada vez mais pobres face aos outros povos da União Europeia.
A proliferação de centros comerciais matou o comércio tradicional, e mandou para a pobreza gerações inteiras de pequenos comerciantes, ao mesmo tempo que as cidades ficaram mais desertas e inseguras, como Lisboa, que nas zonas do seu centro histórico está sem comércio, lugubres de noite, sem moradores, sem vida.
Os portugueses sem esperança e sem condições de vida têm procurado na emigração a fuga da fome.
Milhares e milhares de braços jovens, familias inteiras, abalaram do País, desertificando o interior, e condenando Portugal a uma indigência que nenhuma mirifica auto-elogiosa argumentação pode perfumar.
Portugal com o Governo do PS hipotecou ,seriamente, a sua independência política, perdeu credibilidade externa porque se tornou ainda mais fraco, dependente das ajudas externas, do turismo e das remessas da emigração. O Governo é um fiasco total. Não me recordo de uma medida positiva, potenciadora de desenvolvimento.Uma única.
Este caldo de coisas significa fraqueza, pobreza, desespero.
José Sócrates viu vários países distanciarem-se de Portugal e outros ultrapassarem o nosso País.
Com a crise económica a verdadeira situação catastrófica nacional ficou a nú.
Os temas tratados no Congresso do PS , o auto-elogio e o autismo que os dirigentes do PS pensam que os portugueses sofrem não são bom augúrio para o nosso País.
O PS vive na Lua, não tem os pés assentes.
Ao mesmo tempo, com o despoletar da crise, os portugueses foram vendo virem à tona todo um rendilhado de vigarices, de esquemas, de negociatas, de corrupção, de tráfico de influências, que além dos aspectos éticos, mostram uma podridão imensa e o aproveitamento em beneficio individual de posições detidas por vários individuos, que enriquecem com esquemas criminosos, enquanto o País definha, o Povo passa mal.
Ora, isto tem de ter uma resposta.
Tem de haver responsáveis, tem de haver uma resposta forte da Justiça.
Aqui está o outro entrave ao desenvolvimento de Portugal.
Enquanto em Espanha a Justiça remete, em força, para a prisão os corruptos, às dezenas, como nos últimos dias temos tido conhecimento, em Portugal as comadres juntam-se todas, porque vivem na maioria mancomunados nas negociatas e há que limitar a acção da Justiça, num Portugal que não se consegue libertar das teias mentais que o têm destruído e feito com que desde 1580 fosse remetido sempre para a margem da Europa, em termos culturais, políticos, militares económicos, sociais.
Perante este quadro, urge a intervenção cívica e a alteração deste estado de coisas.
Através de associações políticas e civicas, através de criação de novos partidos que destronem o PS e possam servir de esteiro para uma mudança qualitativa da vida social, económica e política portuguesa.
E sobretudo perder o medo.
Os portugueses não devem ter medo dos que estão instalados, não devem temer reagir para alterar o sistema constitucional português, mudando-o para o Presidencialismo e para a Democracia Directa ou Semi-directa.
E , sobretudo não devem aceitar as cantilenas de alguns políticos, desonestos, porque os partidos não são religiões, devem ser meios para alcançar o bem comum e, quando assim não actuarem devem ser penalizados.
A Soberania reside no Povo.