José Maria Martins

Blogue do advogado José Maria Martins

domingo, novembro 16, 2008

Portugal é o exemplo do falhanço na integração europeia - O flagelo da emigração

Depois de 22 anos a receber ajudas comunitárias enormes, Portugal redescobre-se como um Estado pobre, periférico, onde o maior desejo de grande fatia da população é emigrar.
O fluxo migratório, que não pára de aumentar, revela um Estado completamente falhado na integração e coesão europeia.
A União Europeia injecta em Portugal meios extraordinários para a chamada coesão europeia. Portugal ten sido ajudado pela União Europeia desde antes de 1986 , de forma a que o país criasse um tecido social e económico que se queria tendencialmente apto a chegar ao grupo da frente, aos Estados mais desenvolvidos.
Esse objectivo é o maior desastre, o mais falhanço de todos os governos após 1986.Não obstante o esforço dos países mais desenvolvidos o nosso país não consegue aguentar o balanço e o resultado é o recurso à emigração para os países mais desenvolvidos, na procura das condições de vida dignas que , aqui em Portugal , os nossos concidadãos não conseguem obter.
A falta de preparação do pessoal político, do empresariado, a corrupção galopante, o amiguismo, o caciquismo, têm impedido Portugal de se desenvolver.
Portugal nada produz. Nem no sector agrícola, nem no industrial para se chegar à frente.
Portugal não produz alimentos; armas, carros, aviões, electrodomésticos, computadores, navios civis e de guerra, não tem fontes de energia que torne competitiva a economia.
O recurso é a emigração.
Portugal neste aspecto é o mesmo país de 1960 ou de 1975.
Fugir do país para procurar melhores condições de vida. Emigrar para França, para a Suiça, para Espanha, para os EUA, para Angola, para o Brasil ,para o Reino Unido.
Emigrar, emigrar sempre.
O falhanço completo da política portuguesa.
Este fim de semana visitei demoradamente Paris e falei com muitos emigrantes, ouvi as suas queixas contra o sistema português.
Todos apontam a corrupção, o compadrio e o caciquismo como os grandes culpados deste estado de coisas.
Queixas contra os políticos, as Câmaras e os Tribunais foram as mais comuns.
Queixas de pessoas que conseguiram subir na escala social francesa de forma muito significativa.
Emigrantes que são empresários,muitos mesmo grandes empresários, profissionais liberais, que tem orgulho nas suas associações culturais, nas suas empresas.
ORGULHO NOS CERCA DE 3500 POLÍTICOS PORTUGUESES ,OU DE ORIGEM PORTUGUESA, QUE EM FRANÇA VÃO ESCALANDO TODAS AS ETAPAS NA POLÍTICA FRANCESA.

Veja-se aqui:http://www.lusojornal.com/unefr.jpg

Ao mesmo tempo que mostram mágoa pelo beco sem saída em que se tornou Portugal , o seu sistema político, a ausência de esperança e que vão contando o fluxo imparável de novos emigrantes.
A par do novo destino da emigração - O Reino Unido - para muitos licenciados, continuam a chegar a França milhares de portugueses que fogem do desemprego, dos salários baixos, da falta de horizontes.
Um falhanço total a integração portuguesa na União Europeia.
Portugal continua a ser o mesmo de 1960 ou de 1975: Pobre, períférico, sem saídas, sem esperanças, pedinchão, de mão estendida na União Europeia, que vive das esmolas da UE, das remessas dos emigrantes e do turismo.
Muitos emigrantes gostariam de dar a mão a Portugal , sobretudo milhares de empresários bem sucedidos. Mas não têm confiança no sistema, nos políticos portugueses.Dizem que são pior tratados em Portugal que em França. Consideram Portugal como um caso perdido na União Europeia.
Os emigrantes empresários olham para outros destinos: Turquia, Marrocos , Argélia, Tunisia, Brasil, em cujos regimes políticos têm mais confiança para os seus investimentos.

Portugal o pais onde a corrupção grassa, onde o Governador do Banco de Portugal tem um salário desproporcional, onde Manuel Alegre tem pensão da RDP onde esteve uns meses a trabalhar, onde políticos muito jovens ecebem já pensões elevadissímas, onde o salário mínimo é miserável, onde as escolas encerram, onde as maternidades fecham, onde os Serviços de Urgência encerram, onde o interior está morto, onde há fome e desespero!

Quo vadis Portugal?