José Maria Martins

Blogue do advogado José Maria Martins

segunda-feira, outubro 13, 2008

Os 200 anos do Banco do Brasil - D. João VI e a corte fugitiva

D. João VI decidiu refugiar-se no Brasil, perante o avanço e invasão de Portugal pelas tropas de Napoleão Bonaparte, comandandas pelo General Junot em 30 de Novembro de 1807.

Fez bem D. João VI, pois conseguiu o que o rei D. Carlos IV de Espanha não obteve, pois quando ia a fugir para a Argentina, perante o avanço das tropas de Napoleão, foi preso em Sevilha e teve de deixar o trono a José Napoleão, irmão de Napoleão Bonaparte. Com a certeza que D. Carlos IV de Espanha foi um cobardolas, que ajudou os franceses a invadir Portugal e depois quis fugir , mas não conseguiu!

D. João VI deslocou-se para o Brasil nos navios da armada de guerra portuguesa, acompanhados de vários navios mercantes e com cerca de 15 mil pessoas.

Tudo escoltado pela armada inglesa, comandada pelo Almirante Sidney Smith.

Dos 15 mil acompanhantes do Rei - Principe Regente aliás - 276 eram fidalgos.

Chegado ao Brasil , D. João VI primeiro parou em S. Salvador , declarou abertos os portos brasileiros ao comércio internacional , e depois foi para o Rio de Janeiro.

Pobre, sem meios para alimentar , sustentar , os cerca de 15 mil dependentes da corôa que foram para o Brasil, D. João VI criou o Banco do Brasil, em 12 de Outubro de 1808.

O Banco ficou com sede na Rua Direita, na esquina da Rua de São Pedro e o rei instalou-se no Palácio de São Crsitovão, que se situa próximo do Maracanã.

Sem dinheiro , D. João VI decidiu fundar o Banco do Brasil, com 1200 contos, e com accionistas vários homens de negócios do Brasil, nomeadamente alguns negociantes, fazendeiros, traficantes negreiros, como Matias António , mais tarde visconde de Magé, Amaro Velho da Silva o maior traficante negreiro do Brasil.

A corte foi gastando à forra, delapidando o Banco do Brasil, e recebendo donativos dos homens de negócios, da burguesia carioca, que organizava listas de donativos e em contrapartuida tinha mercês: Títulos de nobreza, privilégios reais.

D. João VI deu mais títulos de nobreza no Brasil em 13 anos que ali esteve que aqueles que foram concedidos nos 300 anos anteriores. Títulos nobiliárquicos, comendas, a nomeação de cargos de deputados na Real Junta do Comércio.

Quando em 1821 o Rei D. João VI regressou a Portugal e nele deixou o seu filho D. Pedro, futuro Imperador D. Pedro I do Brasil , deixou um país unificado, depois de ter controlado a revolta de Pernambuco, um país próspero, pronto a ser independente, a maior potência da américa latina, com universidades, com consciência nacional.

Mas na vinda para Portugal D. João VI fez o mesmo que fizera quando em 1807 fugiu para o Brasil: Delapidou o Banco do Brasil.

D. João VI levou para Portugal as barras de ouro e diamantes que tinha no Banco do Brasil, fazendo com que o Banco do Brasil ficasse numa situação de insolvência.

E por isso o Banco do Brasil foi liquidado em 1829 , só voltando a existir em 1853, já no reinado do Imperador D.Pedro II.

Todavia, D. João VI foi um bom Rei para o Brasil, organizando-o de forma a que em 1822 pudesse declarar a sua independência , sendo hoje o Brasil uma das maiores potências mundiais, com enorme margem de crescimento e pátria de milhões de portugueses.

Ao Brasil e aos portugueses que aí vivem a minha consideração e homenagem!

Bem Hajam, caros brasileiros e queridos compatriotas portugueses.