José Maria Martins

Blogue do advogado José Maria Martins

sábado, abril 26, 2008

Os Jovens e a Política

O Presidente da República parece estar preocupado com o "alheamento" dos jovens pela Política.

A razão é fácil de encontrar. Os jovens entendem a Política como a Arte da Mentira como a Arte da manutenção do "status quo", dos corporativismos, a Arte de preservar os tachos, de manter os esquemas de corrupção ,de tráfico de influências.

A uma grande percentagem dos jovens portugueses está reservado o destino que estava aos portugueses nas décadas de 1950, 1960, 1970: A EMIGRAÇÃO.

Os jovens sabem isso.

A "geração dos 500 euros" como disse um jovem deputado na AR, ontém dia 25 de Abril ,é a geração dos que têm de emigrar para Espanha, para o Reino Unido.

Portugal está na cauda do desenvolvimento económico.

Os políticos portugueses nem com as carradas de dinheiro que a União Europeia nos envia todos os dias conseguiram desenvolver o País.

O dinheiro escoa-se, o nosso sistema político não leva o País a lado nenhum.

Tirando o betão, as Auto-Estradas e Pontes, Portugal não avança.

De que valem as Auto-Estradas se não há desenvolvimento económico?

Se não há emprego, não há apoio na saúde, se as esoclas enecerram, se as maternidades encerram, se se assiste à vergonha - repetida em tantos casos - de pessoas que morrem por falta de assistência médica?

O 25 de Abril alterou o regime político, mas os esquemas mantiveram-se. As mentalidades continuaram, os corporativismos , a inveja, as intrigas, a falta de competência, são as mesmas.

Portugal não teve uma revolução. Mudaram as moscas apenas.

Um País adiado. Um País de mão estendida. Um País que enfraquece a olhos vistos. Um País cuja influência no Mundo é nula.

Cavaco Silva também tem uma quota parte de responsabilidade neste estado de coisas.

Aliás, a figura de Presidente da República, no nosso modelo constitucional não serve para nada.

O sistema deverá ser o de Presidencialismo, como o Francês.

O resto nem é carne nem é peixe.

A história do semi-presidencialismo é tão inaceitável como seria o semi-analfabetismo, o semi-desenvolvimento, a semi-justiça.

O problema é sempre o sistema mental português, a nossa estrutura cultural. Um misto de brutalidade e de piedade anacrónica.

Nem fomos colonizadores: Fomos "uma familia pluricontinental e multirracial", um eufemismo que esconde a nossa incapacidade organizacional.

Poderiamos ter feito tanto pelos outros Povos e por nós!

Mas os que edificaram Luanda e Lourenço Marques foram os mesmos que nem saneamento básico criaram na Metrópole.

Só um choque brutal pode alterar isto. Cortar a direito doa a quem doer. Mudar isto, a bem ou a mal, mas mudar.

Temos de ter uma atitude igual à dos outros Povos Europeus.

Porque ninguém acreditará que para o Céu só irão os portugueses!!!

Portugal tem de ter uma política mais materialista no sentido de deslocar do piedismo bacoco para uma espiritualidade também assente no gozo dos bens materiais, como o Povo Britânico o Sueco, o Holandês, o Filandês , o Alemão e o Francês.