José Maria Martins

Blogue do advogado José Maria Martins

sábado, fevereiro 23, 2008

O Casino de Lisboa e os "Chicos Espertos"

Os portugueses tiveram conhecimento da carta da Estoril Sol ao então ministro Telmo Correia.

Não sei se houve ou não cedências ilegitimas do Interesse do Estado aos interesses privados da Estoril Sol.

Mas não deixa de dar que pensar como é possível um ministro do Governo Português receber uma carta em que lhe é proposto legislar de forma "camuflada" ,de maneira a que "não se dê pela alteração", SEM O MINISTRO A DEVOLVER E CENSURAR A INTOLERÀVEL PRESSÃO sobre um membro do Governo.

A ser verdade o que se disse sobre a carta, esta é um elemento muito importante da falta de tacto político, e de um à vontade impensável do poder económico sobre o Governo Português.

O CDS afundou-se, o CDS perdeu o norte, o CDS ou altera procedimentos, muda de dirigentes ou corre o risco de desaparecer do mapa político português significante, isto é do arco do poder.

A Direita Portuguesa precisa de dirigentes diferentes. Não é Paulo Portas nemTelmo Correia que representam a Direita Porruguesa. Esta não se revê em políticos deste quilate. Falta-lhes credibilidade, dimensão de Estado.

Paulo Portas para além de ter sido jornalista não lhe conheço mais nenhuma actividade. Telmo Correia creio que nunca exerceu outra actividade que não a de deputado.

A Oposição Política portuguesa tem de mudar de estratégia, de procedimentos, de atitudes.

É politicamente escandoloso que o Partido Socialista não tenha uma Oposição cerrada, eficiente, uma Oposição que aponte alternativas crediveis, que faça marcação homem a homem , ou seja, medida a medida, proposta a proposta.

A carta da Estoril Sol seria pensável na Libéria, no Chade, na Etiópia, nunca num Estado da União Europeia.

O PSD tem de se definir para os portugueses saberem com o que contam. A actual situação de poderes duplos e conflituantes só beneficia o Governo de José Sócrates.

Todos sabemos que Portugal definha. Diverge em vez de convergir. Por mais que José Sócrates e o PS digam, Portugal está estagnado, mesmo em recessão.Crescer 1 ou 2% é miserável, porque nem dá para haver ganhos liquidos na riqueza dos portugueses, das classes médias e trabalhadoras.

Para Portugal ter esperança, para haver mudanças na vida dos portugueses, é necessário um crescimento anual de 5 a 7%

É possível este crescimento. São os governantes, os políticos que têm de encontrar os meios, s formas para motivar os trabalhadores, os empresários, para a produção. Só produzindo muito mais é possível sairmos do pântano em que nos encontramos.

Portugal tem de ser agressivo na exploração dos recursos nacionais. A agricultura está em bruto, isto é, nada se produz quando há condições para Portugal produzir em quantidade e em qualidade.

Os impostos têm de baixar para oxigenar a economia, favorecer o investimento. Os salários têm de subir para estimular os trabalhadores a produzir mais, sabendo que têm a devida compensação. Se um trabalhador ganha 1.000,00 € e o aumento for de 3% continuará tão pbre quanto antes. Receberá mais 30,00 €. Para que dão 30,00 € ? Continua a miséria, a desmotivação, a falta de produtividade. É o círculo perfeito da miséria.

Os sindicatos não podem continuar na órbita do PCP, já que a CGTP está anquilosada, é uma corrreia de transmissão do PCP, servida pelos mesmos desde o tempo da "Maria Cachuxa", com um discurso totalmente desadequado na União Europeia.

Os problemas de Portugal são hoje os mesmos que eram em 1974: Pobreza; corrupção; tráfico de influências; incompetência, corporativismo.

O País vive ao ritmo dos escândalos judiciais e das telenovelas. Autênticos ópios do Povo . Ler os jornais, ver a televisão em Portugal é ouvir noticias de homicidios, processos, roubos, furtos, abusos sexuais, mortes por doença, um rol de desgraças.

Portugal poderia ter entre 15 a 20 milhões de habitantes e afinal é pequenino para 8 a 9, que são os que aqui vivem agora!

Falta ambição em Portugal, falta capacidade de governar e sobretudo sobra a inveja, as capelinhas que anestesiam os portugueses.

Falta Oposição Política, que é o sangue da democracia , Oposição que significa competição saudável, alternância pelos melhores motivos, assentes em propostas diferentes e melhores, capacidade de mudança.

Como diria Obama, sim, nós podemos ser melhores, podemos ser mais ricos, podemos ser mais competitivos, podemos sair desta trampa em que nos encontramos, como se tivessemos sido condenados à pobreza, ao caciquismo, a amiguismo, à emigração.

Mas tem de haver mais massa cinzenta, mais altruismo e competência.