José Maria Martins

Blogue do advogado José Maria Martins

sábado, outubro 07, 2006

Poderes ocultos

O Poder Oculto, mas às claras.


José António Saraiva, Director do Jornal " O Sol" ,escreveu uma espécie de Editorial na edição de 06 de Outubro de 2006, que todos devemos ler , com atenção.

Escreveu, sob o título "Os poderes ocultos"


"Goste-se mais ou menos de Souto Moura, valorize-se mais ou menos a sua falta de jeito para lidar com os media , uma coisa é forçoso reconhecer: Com ele a Justiça correspondeu à imagem da Justiça - Foi cega.

Os poderosos sabiam não poder abrigar-se à sombra do seu poder.

Os influentes à sombra da sua influência;

Os ricos à sombra da sua fortuna;

Sucede que, sobretudo a partir do momento em que rebentou o escândalo da Casa Pia, o Procurador tornou-se vítima de ataques que umas vezes visavam a sua pessoa e outras aquilo que dizia, mas cujo objectivo não era bem claro.

A pouco e pouco, porém, foi-se advinhando o fim da história.

Começou a perceber-se, desacreditando-se o procurador, desacreditava-se a Justiça.

E desacreditando-se a Justiça, desacreditavam-se os processos em curso, em particular os mais mediáticos.

E desacreditando-se os processos punham-se em causa as acusações.

E deitando por terra as acusações reabilitavam-se os culpados - passavam de réus a vitimas de um sistema hediondo.

Souto Moura, era, pois, o homem a abater.

Olhando para trás, é possível dizer que um poder oculto esteve na primeira linha do combate ao procurador.

Refiro-me à Maçonaria."


Vale a pena ler com os olhos bem abertos esta opinião, de um homem que tem muita experiência.

Entendo no entanto que mesmo no interior do Ministério Público, Souto Moura teve os seus "Maçons" a emperrar a máquina.

Mas, como já disse, anteriormente, Souto Moura foi um bom PRG.

Mas a operação foi montada segundo os manuais dos serviços secretos, a CIA, O MI5, o MI6, a Mossad, a PIDE, a DISA, porque no fundo os serviços secretos constituem uma comunidade com modus operandi igual em todos os países e regimes.

Vivemos num mundo de sombras, de belos discursos , mas ocos, formais.

O Zé Povinho vai lutando para obter as necessidades básicas, já não acredita em nada, mas não tem força.