José Maria Martins

Blogue do advogado José Maria Martins

terça-feira, julho 05, 2005

A brigada do reumático

A Golpada.


Não , não vou falar de uns tantos oficiais que foram arrastar-se junto de Marcelo Caetano, depois do falhado golpe militar de 16 de Março de 1974.

Falo dos de sempre, dos que não sabem viver em democracia. daqueles que só dizem que o Poder Judicial é independente nas ocasiões festivas, nos discursos de ocasião, para "ornamentar" a pesporrência discursiva e para impressionar os estrangeiros.

Falo daqueles que nos corredores do Poder se movimentam na sombra para limitar a independência do Poder Judicial, para manobrar a seu belo prazer o curso das coisas.

Falo dos que sabem que o Povo, a esmagadora maioria nem quase saber ler e escrever , quanto mais formar opinião pública crítica, responsabilizando nas urnas essa gente.

Falo nos "cunhistas", dos que dividem para reinar, que vão colocando em lugares de prestígio alguns magistrados que se assim não fosse seriam sempre juízes e nunca políticos. E por isso tentam domesticar o Poder Judicial.

Falo dos adoradores do Sol - do vil metal - e do Poder, efémero, porque quem no estrangeiro dá valor aos nossos políticos?

Creio mesmo que já consideram mais os políticos caboverdeanos - homens que transformaram as ilhas da morabeza, que em 1974 eram um deserto, com cubatas e meia dúzia de dignitários , num país já em vias de desenvolvimento - que consideram os políticos portugueses, que a única coisa que sabem é andar de mão estendida na Europa, para depois malbaratar o nosso património.

O assalto ao Poder Judicial, a tentativa de o domesticar e tornar servil são óbvias. A tentativa de instrumentalização do Poder Judicial é real, palpável .

Jorge Sampaio não pode manchar o fim do seu mandato permitindo que Portugal seja mais do que uma República das Bananas, uma verdadeira República da América do Sul dos anos 60 e 70 onde a Operação Condor foi apenas umas de tantas iguais.

É o nosso prestígio na Europa e no Mundo que está em causa. Já estou farto de saber que no Reino Unido há 10 ou 20 emigrantes portugueses de prestígio, e quase 300 mil operários não qualificados, empregadas domésticas. Chega, o nosso orgulho não pode permitir mais isto. Basta que eu não aceito ser considerado pessoa de terceira classe.

O Procurador Geral da República deve continuar a ser Souto Moura. A iniquidade não pode ir tão longe como alguns a querem .

Basta de tentativas de o demitir e meter no seu lugar mais um avental.

Portugal merece melhor.