José Maria Martins

Blogue do advogado José Maria Martins

sábado, abril 23, 2005

O compadre Moita Flores em estado de angústia

- Árbitros de bancada

Moita Flores escreve sobre o processo Casa Pia, no Correio da Manhã, às quartas e aos sábados.
Não consigo perceber porquê, mas o Correio da Manhã gasta o seu dinheiro onde e com quem quiser.
Mas é estranho que uma pessoa como Moita Flores escreva sobre um processo sem estar a assistir ao julgamento.
As suas opiniões assentam no que lê nos jornais, no trabalho dos jornalistas que estão creditados no tribunal.
Moita Flores é "testemunha de ouvir dizer". Às vezes , fala de bancada, tece comentários ou opiniões sem o rigor necessário.

2 - No dia 23 de Abril, escreve Moita Flores:

"Julgo que muita desta impaciência tem a ver com a morosidade do julgamento - já lá vão seis meses - mas também é verdade (...)"


Moita Flores falou de bancada e nem teve o cuidado de ler os seus apontamentos , ou ter rigor na opinião.

O Julgamento teve início no dia 25 de Novembro de 2004, logo ainda não foram completados 5 meses - ainda nem há 5 meses que se iniciou o julgamento, pelo que Moita Flores anda distraído e a falar de cor.

Moita Flores diz que é "Criminologista" , logo não pode desconhecer que o artº 279º al. c) do Código Civil estatui:
"O prazo fixado em semanas, mês ou anos, a contar de data certa, termina às 24 horas do dia que corresponda, dentro da última semana, mês ou ano, a essa data (...)."

No dia 25 de Abril completam-se 5, sublinho, 5 meses de julgamento.

3 - Quanto ao resto do que escreve, e apenas porque sou advogado no processo, não me posso pronunciar, mas sempre direi que , se Moitas Flores fosse licenciado em Direito e meu estagiário, ensinava-lhe a técnica e táctica que adoptei, e a ter a humildade de não aceitar falar sobre o que se não sabe.


Como é uso nas nossas terras alentejanas dizer, será que o compadre Moita Flores pensa que a gente somos parvos?